Jean Claude era um homem muito rude, másculo e enigmático. Possuía
duas águas marinhas fuzilantes no lugar dos olhos e um sorriso cínico
desconcertante.
Foi assim que me apareceu certa tarde num cais de
uma cidadezinha, dentro do seu barco, sentado sobre os cabos, olhar
perdido no horizonte, vestia apenas uma bermuda jeans surrada e uns
chinelos gastos, mesmo assim parecia um cavaleiro medieval, com seu
porte elegante e corajoso. Senti uma confusa atração, ao mesmo tempo que
repudiava aquele seu jeito rude e maltratado.
Sempre fui uma
mulher refinada e delicada, acostumada com elegância, gentileza e gestos
carinhosos dos homens, principalmente do meu marido. Luis era um
perfeito cavalheiro, sempre gentil, impecavelmente tratado e bem
vestido. Formávamos um casal bastante convencional, quase felizes com a
rotina da nossa vida conjugal. Mas ultimamente as coisas vinham tomando
um rumo diferente…
Estávamos em férias e procurávamos transporte
que nos levasse até uma ilha próxima. Foi neste momento que o vimos e
nos dirigimos a seu barco. Conversamos rapidamente. Jean nos ofereceu
transporte, apresentou-se e perguntou nossos nomes, tinha uma voz grave
com um sotaque francês carregadíssimo. Apertando sua mão, disse-lhe:
“muito prazer, Diana”, enquanto ele me encarava e eu sentia a aspereza
da sua mão deslizando de leve sobre a minha.
A viagem iniciou-se
tranquila, eu evitava encará-lo, fugindo da furiosa atração que
precisava manter sob controle. Jean me olhava discretamente e em certo
momento fui fuzilada por aquelas duas pedras azuis. Arrepiei
completamente e retribui o olhar. Luis nada percebia, apreciava a
paisagem enquanto o barco singrava em direção à ilha. Após algumas
horas, a viagem tornou-se agitada, já era tardinha e a maré cheia fazia o
barco jogar muito, fiquei enjoada e ele nos ofereceu alguns
comprimidos.
Eu vivia um momento crítico, necessitava em vários
momentos de uma estranha liberdade, e sentia muitas vezes uma
desconfortável rebeldia querendo tomar conta de tudo. Luis desdobrava-se
em atenções, reflexo da instabilidade que tal situação criava. Apesar
de tudo, era um homem calmo e seguro, permitia que as coisas corressem
normalmente, tentando deixar-me sempre à vontade. Quanto a mim, em
alguns momentos adorava sentir esta insana rebeldia que me dominava,
como agora neste barco, ao encontrar este estranho que despertava esses
demônios parcialmente controlados. Durante a viagem descobrimos que Jean
também era proprietário da pousada onde nos hospedaríamos.
A ilha
era lindíssima, paradisíaca, habitada por alguns pescadores nativos e
visitada por várias embarcações de luxo e alguns turistas como nós.
Todas as manhãs, acordava muito cedo, ia andar e tomar banho de sol numa
parte mais afastada da ilha. Luis ficava dormindo, odiava acordar cedo.
Numa destas manhãs enquanto eu relaxava deitada sob a sombra dos
coqueiros, numa praia longe da vila, ouvindo o barulho das ondas
quebrando na areia, Jean apareceu na curva da enseada. Vinha distraído e
não me notou, eu aproveitava para admirar seu corpo perfeito, músculos
exatos sob a pele dourada. De repente, o vento arrancou-lhe o chapéu,
fazendo com que corresse justamente em minha direção. Surpreso, parou
cumprimentando-me, o chapéu já ia longe e eu perguntei se não iria
pegá-lo. Deu de ombros e sentou-se na areia ao meu lado olhando-me com
extrema curiosidade, como se desejasse elucidar um dificílimo problema.
Empunhei a máquina fotográfica que trazia comigo e foquei em sua
direção, ele sorria, enquanto eu clicava repetidamente.
Jean
aproximou-se e colocou a mão sobre a lente dizendo: “agora é minha vez”,
tomando-me a câmera, andando em círculos ao meu redor, clicando sem
parar. Depois, aproximando-se perigosamente começou a fazer closes, das
minhas mãos, joelhos, pés, olhos e boca. Soltando lentamente a câmera
sobre a areia, me olhou demoradamente nos olhos, eu ardia de desejo e
minhas mãos correram incontroladas em direção às mãos dele pedindo a
câmera de volta. Antes que me devolvesse, segurou-as entre as dele e
outra vez aquele toque áspero me arrepiou cada centímetro da pele.
Tensão… Tesão.
Quando
nos demos conta já estávamos completamente enroscados um no outro e ele
repetia meu nome com sua voz grave de sotaque carregado, me abraçando e
empurrando-me sobre a esteira. Deitou-se sobre mim pressionando meu
corpo com o seu. Indescritível a sensação de sentir o cheiro daquele
corpo, de puro suor, sem nenhum aroma artificial ao que estava
acostumada; sentir o calor da sua respiração, seu hálito quente e a
pressão dos seus lábios invasivos nos meus; aquela mão decidida e ousada
enfiada na calcinha do biquíni, grossa e pesada amassando meu grelo. Os
dedos deslizaram, de repente molhei por completo, soltando gemidos
incontidos e me esfregando sem reservas contra seu pau que latejava de
tão duro.
Aquele estranho possuia uma qualidade selvagem
completamente diversa de Luis que era um homem extremamente carinhoso e
de toque voluptuoso e delicado. Jean lembrava um leão, altivo, selvagem e
dominador; seu hálito forte, seus dentes mordendo meus ombros, meu
pescoço, meus seios e suas mãos que pareciam garras devoradoras
apertavam-me quase ao ponto de me machucar. Repentinamente, aquele
frenesi despertou em mim uma fera desconhecida, que o mordia,
arranhava-lhe as costas, gritava seu nome e esfregava o sexo de forma
obscena por todo seu corpo exalando um cheiro de cio que o deixou
enlouquecido.
Um desejo violento entrou em cena, uma de suas mãos
segurava o pau enorme e ereto e com a outra segurava-me firme pelos
cabelos enquanto deslizava a cabeça do pau entre meus lábios,
controlando lentamente os movimentos e olhando-me com a mais pura
expressão de tara que jamais presenciara. Segurava firme meu queixo e
beijava-me agressivamente, mordendo-me os lábios e sussurrando
obscenidades ao meu ouvido. Ainda segurando o pau desceu deslizando pelo
baixo ventre até chegar entre minhas coxas, quando o soltou totalmente
rijo e tomou meus quadris com um gesto brusco puxando-me contra o pau
que entrou vigoroso e pulsando violentamente dentro de mim. Jean ofegava
feito fera, transpirava e deslizava sobre meu corpo, pele contra pele,
num ritmo alucinante. Seu pau parecia rasgar-me, possuindo-me com
urgência e fúria, sua língua lambia-me de uma forma indecente…
deliciosa.
Gozamos feito animais no cio, descontrolados, aos
berros, unhas cravadas na pele, olhos vidrados um no outro, enquantos
nossos corpos tremiam convulsivamente. Foi um gozo prolongado, elétrico,
algo que nunca havia provado. A energia máscula e vigorosa de Jean
despertava em mim uma qualidade de fêmea selvagem nunca antes
experimentada. Um apetite que não se saciava, como se o contato com
aquele homem o realimentasse mais e mais, num crescente sem fim.
E
assim aquelas férias transcorreram numa sucessão de manhãs intensas,
repletas de uma loucura selvagem e febril, intercaladas por noites
tranquilas, recheadas de suavidade e carinho. O verdadeiro paraíso, onde
Jean foi minha serpente e minha maçã envenenada.
Urban
eroticidades
Nenhum comentário:
Postar um comentário